CNDM protocola na Presidência da Câmara nota de repúdio contra Bolsonaro e solicita providência
O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), órgão colegiado da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) protocolou, na Câmara dos Deputados, pedido de providência em relação a atitude tomada na última terça-feira pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Este ofendeu, em plenário, a deputada e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS).
O pedido, assinado por 23 organizações que representam as mulheres, foi formalizado na tarde desta quinta-feira (11/12).
Além da solicitação de providência, o CNDM manifesta indignação e repulsa à violência cometida pelo parlamentar contra Maria do Rosário. Lembra que não é a primeira vez que o deputado se comporta ofensivamente. Em outras ocasiões, ele já atacou, também da tribuna, inclusive a ministra da SPM, Eleonora Menicucci.
O CNDM acrescenta ainda ser necessário denunciar que o ato de Bolsonaro é um incitamento ao estupro, crime hediondo conforme a Lei 8072/1990.
NOTA DE REPÚDIO DO CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA MULHER A JAIR BOLSONARO
1. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM manifesta sua indignação e repulsa à violência cometida pelo deputado Jair Bolsonaro contra a deputada Maria do Rosário nessa terça-feira, quando ela se posicionava em relação a direitos humanos.
2. O deputado na verdade repete seu comportamento ofensivo contra as mulheres.
3. É bom lembrar que reiteradas vezes usou a tribuna para isso, atacando inclusive a própria ministra Eleonora Menicucci.
4. É necessário denunciar claramente que seu ato é um incitamento ao estupro, que é crime hediondo conforme a lei 8072/1990.
5. Por isso, instamos a Mesa da Câmara a tomar a única atitude admissível neste caso: a instauração de processo de cassação do infrator por apologia e incitamento à violência sexual contra as mulheres.
Assinam esta nota as seguintes instituições:
1. Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL
2. Secretaria de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
3. Parto do Princípio
4. Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA)
5. AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras a
6. Liga Brasileira de Lésbicas
7. BPW Brasil – Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil
8. União Brasileira de Mulheres
9. Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB)
10. Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais/MDA
11. Coordenadora do Comitê MDS de Políticas para as Mulheres e de Gênero
12. Conselho Federal de Psicologia
13. Fórum de Mulheres do Mercosul/Brasil,
14. Rede Feminista
15. Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação/Secretaria Nacional de Justiça / Ministério da Justiça
16. Conselheira de notório conhecimento das questões de Gênero – Jacqueline Pitanguy
17. Conselheira de notório conhecimento das questões de Gênero Maria Betânia de Melo Ávila
18. Rede Economia e Feminismo (REF)
19. União Nacional dos Estudantes (UNE)
20. Marcha Mundial de Mulheres
21. Central Única dos Trabalhadores (CUT)
22. Fórum Nacional de Mulheres Negras
23. Conselheira emérita: Clara Charf
Brasília, 11 de dezembro de 2014
Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM)