Moradores da região do Barbado (MT) iniciam processo de luta em defesa da moradia
Por Redação, 25.05.2012
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Moradores de quatro bairros (Castelo Branco, Pedregal, Bela Vista e Renascer), mais conhecido como a Região do Barbado, no Mato Grosso, estão sendo ameaçados de despejo devido a uma obra da Copa. Mais de 500 famílias serão despejadas para dar lugar a uma avenida chamada Parque do Barbado que terá quase seis quilômetros de extensão.
Nesse processo os moradores exigiram explicações da SECOPA, porém, a mesma tem negligenciado os moradores omitindo diversas informações. O governo disse a imprensa – sem qualquer consulta aos moradores – que todos serão indenizados ou poderão optar por uma casa do governo. A região possui mais de 30 anos de história e várias casas possuem grande estrutura, resultado do trabalho de muitos anos dos moradores. A região também possui comércio, escola, biblioteca e creche construída pelos próprios moradores. A indenização proposta pelo governo levará em consideração apenas a edificação (desconsiderando o terreno) e não se sabe como se dará o processo de valorização das casas, ou seja, se de fato o valor real será pago. Outra questão pautada pelos moradores quanto à casa é que a proposta do governo levaria a famílias a moraram em outro bairro distante que não possui linha de ônibus, escola e comércio. Os moradores pautaram ainda que existe uma lei que impede a realocação dos moradores para mais de 3 quilômetros de distância do bairro de origem.
Os moradores então procuraram o assentamento Canaã que obteve há cerca de um mês a vitória em defesa da terra. Os moradores do Canaã, juntamente com militantes da INTERSINDICAL, participaram de algumas reuniões com os moradores para relatar a luta que houve no Canaã e discutiu a forma de atuação nas negociações e mobilizações.
No sábado (19) houve uma plenária com os moradores na creche do bairro Pedregal. Muitos moradores participaram da reunião e deram início ao processo de organização em defesa da moradia. Nesse dia foi deliberado um ato que aconteceria na segunda-feira.
No dia 21 os moradores se concentraram na Creche e seguiram rumo ao Centro Comunitário onde acontecia uma reunião em que estariam presentes representantes do Governo, SECOPA, Defensoria pública e Ministério público. Nessa reunião os moradores gritaram palavras de ordem como “Eu já sabia, tem dinheiro para Copa mas não tem tem para moradia” e gritaram o lema “O que vale mais: 3 meses de Copa ou 30 anos de História?”. Nessa reunião os moradores pressionaram os representantes quanto ao despejo e reafirmaram a necessidade de continuar no local.
Ontem (22) os moradores participaram da reunião do Comitê Popular da Copa. Esse comitê é um espaço amplo de discussão que existe em diversos estados e discute os impactos sociais da Copa. Nesse espaço, os moradores colocaram a situação que estão vivendo hoje. Os movimentos sociais se colocaram em solidariedade irrestrita a luta dos moradores.
(*) Matéria publicada originalmente no blog Movimento Rumo ao Socialismo.