Fórum Justiça

Sistema de justiça da América Latina é debatido em seminário internacional, no Rio de Janeiro

11/08/2015

Compartilhe!

Acesse aqui o site do Seminário.

Acesse aqui o documento final do evento (2ª Carta do Rio).

Acesse aqui o relatório geral.

Organizado pelo Fórum Justiça, seminário “Política Judicial Latino-Americana em uma Perspectiva da Defensoria Pública” reuniu movimentos sociais e especialistas jurídicos da América Latina para debaterem o acesso à justiça, participação popular e desafios da região

O seminário “Política Judicial Latino-Americana em uma Perspectiva da Defensoria Pública”, ocorrido no Museu da República (Rio), nos últimos dias 07 e 08 de maio de 2015, foi marcado pelo diálogo e troca de experiências de diversos temas acerca da justiça e defensoria pública na América Latina. Os dois dias de debates, que contaram com defensores, acadêmicos, juristas e especialistas de seis países, foram pautados por temas referentes ao Poder Judiciário na América Latina e às instituições que o compõem e seus desdobramentos, bem como pelo debate sobre modelo de justiça integrador, participação popular, acesso à justiça e desafios da região.

Abertura do Seminário “Política Judicial Latino-Americana em uma Perspectiva da Defensoria Pública”, no Museu da República (07/05)

Abertura do Seminário “Política Judicial Latino-Americana em uma Perspectiva da Defensoria Pública”, no Museu da República (07/05)

O primeiro dia (07/05, quinta) iniciou-se com o painel “Cúpula Judicial Ibero-Americana e a Funcionalidade Democrática do Sistema de Justiça” e uma roda de conversa sobre “modelo de justiça integrador”. No decorrer das atividades, grupos de trabalho foram montados para reunir propostas e ideias sobre os temas debatidos, posteriormente apresentadas ao coletivo.  As principais exposições mostraram, primeiramente, um diagnóstico geral da América Latina, tendo como exemplo as situações políticas e jurídicas da região. O debate abordou também questões essenciais para a estruturação do sistema judiciário, as formas de se chegar à justiça e o diálogo institucional com outros países e regiões do mundo.  “É um espaço de confluência muito importante para a região. Uma grande oportunidade de agregar as perspectivas e críticas da Defensoria Pública, além de criar possibilidades de contatos com diferentes formas de se pensar a justiça”, afirma Breno Bringel, Doutor pela Faculdade de Ciência Política e Sociologia da Universidade Complutense de Madri (UCM) e um dos expositores do seminário.

Durante as apresentações, muito foi falado sobre a realidade latino-americana e a exclusão social, fatores que contribuem para a reflexão de que a sociedade carece de uma profunda transformação. Ainda no primeiro dia, as organizações, entidades e movimento sociais reunidos no seminário, atentos às graves violações sofridas pela deputada Jandira Feghalli (PC do B), em 06 de maio, redigiram uma carta repudiando os acontecimentos relatados sobre a violência física e psicológica cometida pelos deputados Roberto Freire (PPS) Alberto Fraga (DEM), dentro do Congresso Nacional.

Como encaminhamento geral, foram elencadas propostas com vistas a avançar na democratização do sistema de justiça e assegurar a garantia de direitos independentemente da disposição individual de juízes, promotores e defensores públicos. Foi sugerida a criação de uma rede entre movimentos sociais, professores e agentes públicos da justiça com objetivo de discutir mecanismos inovadores, com potencialidades promissoras, existentes na Região, visando estimular e incrementar a participação popular na formulação, monitoramento, avaliação e revisão das políticas públicas do sistema de justiça.

img2

Dr. Ciro Ramón Araujo, Defensor Público General da República Bolivariana da Venezuela, em sua apresentação no Seminário

O dia 08 de maio, sexta-feira, iniciou-se com o grupo de trabalho “Modelo de desenvolvimento e Mecanismos Inovadores de Participação Popular no Sistema de Justiça”, que debateu e apresentou propostas sobre o tema. Os participantes argumentaram sobre o Sistema de Justiça Integrado e suas atribuições, como a de observar transversalmente os diferentes aspectos da interseccionalidade (opressões de gênero, raça, etnia, entre outras); estar atento às tradições, vivências e especificidades dos povos indígenas; reconhecer as Faculdades de Direito como instituições integrantes do sistema de justiça; estar comprometido com a transparência; reconhecer espaços institucionais à sociedade civil organizada e movimentos na formação da política judicial das agências do sistema de justiça; e produzir ações coordenadas dessas mesmas agências. A coletividade ainda reuniu propostas e ações estratégicas, como mecanismos que propiciem o conhecimento da população acerca do funcionamento político e jurídico das instituições, o compromisso de seus integrantes com a efetividade dos direitos, a compreensão dos operadores do direito sobre  reforço do pluralismo jurídico e as formas de resolução de conflito próprias dos povos indígenas e tradicionais, entre outras. Também ganhou destaque a defesa da independência funcional, administrativa e orçamentária das instituições, com aprovação de moção em apoio à luta da Defensoria Pública da União pela sua autonomia, bem como moção de apoio à implementação efetiva da Defensoria Pública do Estado de Goiás.

O seminário também abriu espaço para debater propostas organizativas para campanha a uma Convenção Regional de Acesso à Justiça, em forma de roda de conversa, que considerou que historicamente as instituições do Sistema de Justiça  se colocam distantes da maior parte da população e servem ao modelo de desenvolvimento que viola direitos e exclui. Concluiu-se que devem existir mecanismos de participação dos públicos vulnerabilizados, movimentos populares, na gestão das instituições do sistema de justiça e na realização de suas funções.

Rosane Lavigne, feminista, Defensora Pública e integrante do Fórum Justiça, Articulação  organizadora do Seminário; no debate ao lado de Gladys Acosta

Rosane Lavigne, feminista, Defensora Pública e integrante do Fórum Justiça, Articulação organizadora do Seminário; no debate ao lado de Gladys Acosta

De acordo com Gladys Acosta Vargas, jurista feminista, fundadora do Flora Tristan/Peru e membro do Comitê CEDAW/ONU, “o processo de discussão não é apenas regional, mas internacional. A presença dos movimentos sociais é muito importante, não só pelo espaço, mas também pela pressão exercida por eles. Os processos são contagiosos e vão se influenciando, mas, no entanto, tem que se levar em conta a complexidade dos processos jurídicos”. A advogada com especialidade em Direito Penal e Criminalidade Ana Isabel Garita Vilchez, também consultora da ONU, ressaltou que, “com a experiência da participação política na administração e no funcionamento do organismo internacional, percebe-se a importância da instrumentalização dos direitos, criando possibilidade de alçar valores de justiça, compensação, verdade, marcos constitucionais.” Para finalizar o debate, Rosane Reis Lavigne questionou os participantes: “Seria possível garantir um modelo de justiça integrador, responsivo e inclusivo, para dar suporte a direitos e mantê-los mesmo em momentos de crise-politico institucional e/ou redução de direitos conquistados? Esse desafio nos leva a prosseguir com o debate em rede, envolvendo movimentos sociais, setores acadêmicos e agências do estado.”

Dessa maneira, o seminário “Política Judicial Latino-Americana em uma Perspectiva da Defensoria Pública”, compartilha uma percepção de que a funcionalidade democrática do sistema de justiça é um tema importante para a região latino-americana, considerando-o como um espaço de disputa política para a garantia, o avanço e o não retrocesso em matéria de direitos humanos. Nesse sentido, a Defensoria Pública tem um papel importante na promoção de mudanças nos mecanismos institucionais de acesso à justiça, no interior da própria instituição, em diálogo com diferentes atores e instituições dos poderes públicos e com os próprios grupos em situação de vulnerabilidade.

O Fórum Justiça tem o apoio da Fundação Ford, da SAL e da SRJ do Ministério da Justiça, da Associação Nacional dos Defensores Públicos e da ONU Mulheres . Para este Seminário, também contou com o apoio do Bloque de Defensores Públicos Oficiales del Mercosur, da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro e do Museu da República.                    

 

Serviço:

img4Seminário “Política Judicial Latino-Americana em uma Perspectiva da Defensoria Pública”

Dias 07 e 08 de maio

Das 9h às 19h

Museu da República: Rua do Catete, 153, Catete. Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.forumjustica.com.br/seminariosfj2015/ Programação completa: www.forumjustica.com.br/seminariosfj2015/programacao/ Sobre o Fórum Justiça: www.forumjustica.com.br

Museu da República: Rua do Catete, 153, Catete. Rio de Janeiro (RJ)

Informações:

https://forumjustica.com.br/seminariosfj2015/maio2015/

Programação completa: https://forumjustica.com.br/seminariosfj2015/maio2015/programacao/

Sobre o Fórum Justiça: www.forumjustica.com.br

Informações para a imprensa:

Victor de Oliveira

(21) 97301-2512

vicoliva@gmail.com

Download Premium WordPress Themes Free
Download Best WordPress Themes Free Download
Premium WordPress Themes Download
Download Nulled WordPress Themes
free download udemy course
download micromax firmware
Download Best WordPress Themes Free Download
ZG93bmxvYWQgbHluZGEgY291cnNlIGZyZWU=