Desafio da igualdade de gênero na composição da Câmara Federal
Quase trinta anos depois do consagrado lobby do batom na Constituinte, as mulheres seguem muito distantes da igualdade de gênero!!!
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid= 696974907047098&set=a. 158135470931047.39034. 100002037856720&type=1&theater . Postagem de Luis Augusto Campos
Não resisti e decidi ver a composição da Câmara Federal deste ano de acordo com o gênero e a raça d@s eleit@s. Utilizei os dados disponibilizados pelo TSE até as 22h de hoje (5/10/2014), com 99% das urnas apuradas,
O primeiro gráfico (em pizza) mostra que 71,2% dos deputados eleitos são homens brancos! Apenas 15,2% são homens que se declararam pardos e míseros 3,5% de homens pretos. Mas a situação das mulheres é mais absurda. Enquanto mulheres brancas ocupam 8% das cadeiras, as mulheres que se declararam pardas ficaram com 1,6% e as pretas com 0,6%!
Como tenho dito em outros estudos, esse cenário não pode ser atribuído apenas à falta de diversidade nas candidaturas. O segundo gráfico (em barras) compara os percentuais dos eleit@s por gênero e raça com os mesmos percentuais dentre o candidat@s a deputad@ federal. A proporção de homens brancos eleitos é quase o dobro da de candidatos! Já a proporção de homens pardos eleitos é três quartos menor que a de candidatos pardos. A proporção de homens pretos nas listas de candidatos cai pela metade quando passamos das candidaturas para a Câmara Federal e algo semelhante acontece com as mulheres brancas. Mas a situação é mais drástica quando observamos as mulheres não-brancas. A proporção de pardas na Câmara é seis vezes menor que a proporção de pardas lançadas pelos partidos, e o mesmo vale para as pretas.
Esses dados são preliminares, pois a apuração dos votos ainda não foi oficializada e nem todas as candidaturas consideradas serão deferidas pelo TSE. Ademais, rodei os dados na calada da noite, sem óculos e com pressa, o que pode ter afetado algum contabilização. Entretanto, descontando eventuais problemas, duvido que o cenário mude muito. Isto é, homens brancos devem continuar tomando cerca de 70% das cadeiras do Câmara Federal