Fórum Justiça

Fórum Justiça Participa de Lançamento do 1º Censo Étnico Racial da Defensoria Pública do Rio de Janeiro

27/08/2021
Raça

Compartilhe!

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) tem mais de 55% de seu quadro composto por pessoas brancas. Pessoas negras são maioria apenas entre os profissionais terceirizados (64,8%). É o que aponta o 1º Censo Étnico Racial da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), promovido pela Coordenação de Promoção da Equidade Racial (Coopera) da instituição, divulgado nesta sexta-feira (27/08).

O Fórum Justiça (FJ) participou do evento, representado pela coordenadora Ana Paula Sciammarella.  A abertura contou com a participação do defensor público-geral da DPRJ, Rodrigo Pacheco, a coordenadora da Coordenadoria de Promoção da Equidade Racial (COOPERA), Daniele Magalhães, a presidenta da ADPERJ, Andréa Sena, e o presidente da ASDPERJ, Gustavo Belmonte.

Pacheco destacou a importância da pesquisa elaborada pelo FJ e a ONG Criola “Dinâmicas de reprodução e enfrentamento ao racismo institucional na Defensoria Pública” que, segundo ele, “escancarou a necessidade de mudar as coisas” e incitou tomadas de decisão ousadas como a criação da COOPERA, há cerca de um ano.

De acordo com o Censo, a proporção de pessoas brancas é maior entre as(os) defensoras(es) (86,2%) e residentes jurídicos (65,1%). Ao todo, 1.157 integrantes responderam a pesquisa. Cerca de 44% autodeclararam-se negros, 0,9% amarelos (0,9%) e 0,3% indígenas. Para a investigação, foram utilizadas as classificações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Cerca de 53% das pessoas que trabalham na DPRJ têm a percepção de que existe desigualdade racial dentro da instituição e 85% já presenciaram cenas de discriminação ou preconceito racial. 

O censo mostra ainda que 94,5% disseram nunca terem sido vítimas de discriminação na DPRJ, já entre as pessoas que se declararam negras, 12% disseram que já foram vítimas dentro da Instituição.

Após a apresentação, feita pela Diretora de Estudos e Pesquisas de Acesso à Justiça da DPRJ, Carolina Habner, houve um debate sobre questões raciais que contou com as falas da coordenadora do FJ, da Diretora de Estudos e Pesquisas de Acesso à Justiça, da integrante da ONG Criola, Lúcia Xavier, e da Subcoordenadora do Coopera, Adriana Brito.

Ana Paula Sciammarella parabenizou a iniciativa, sobretudo devido às dificuldades impostas a estudos com foco no racismo institucional no sistema de Justiça. 

“O censo é um pontapé maravilhoso para o desdobramento de pesquisas para a transformação desse espaço institucional”, comentou ela.

Destacou alguns dados sensíveis revelados pelo Censo, como a baixa adesão de defensoras e defensores à participação da pesquisa, que foi de apenas 12% do total do quadro. Ela ponderou que esse tipo de levantamento não atende apenas às demandas do movimento social, mas pode contribuir também do ponto de vista profissional, para a carreira

“É preciso que seus integrantes colaborem com esse tipo de pesquisa, que dá transparência à Instituição e é importante para a implementação de políticas institucionais que vão para além das cotas”.

Ana Paula lembrou da trajetória do FJ, ao lado da ONG Criola, de construção de documentos e estratégias de debates sobre esse tema, em especial do sistema de justiça, como a já citada pesquisa pelo defensor público-geral e a mais recente coletânea “Racismo Institucional e o Sistema de Justiça”.

“A partir desses dados do Censo, teremos um diálogo intenso, poderemos unir e  selecionar alguns desses dados qualitativamente e debater com alunos e alunas que podem ser os futuros ocupantes desses espaços”.

Para Lúcia Xavier, o estudo oferece oportunidade ímpar de um primeiro diálogo entre sociedade e Instituição a respeito do racismo.

“A partir daí é preciso elaborar um plano de enfrentamento ao racismo, estabelecendo metas e avaliando objetivos e trazendo os resultados em avaliações periódicas, para se constituir na base do próprio ciclo de planejamento organizacional”. 

Segundo ela, gerar dados sistematizados sobre o público assistido, uniformizar e aprimorar esse cadastro seriam passos importantes para obter mais informações sobre os usuários da Defensoria e melhorar o grau de qualidade dos serviços. 

Acesse aqui a íntegra do evento.

Free Download WordPress Themes
Download WordPress Themes
Download WordPress Themes
Download WordPress Themes Free
free download udemy course
download samsung firmware
Download WordPress Themes Free
free download udemy course