Mariposas Amarillas: Diálogos latino-americanos sobre guerra e paz na Colômbia
Mariposas Amarillas: Diálogos latino-americanos sobre guerra e paz na Colômbia
Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2016
O Coletivo Colombianxs por la Paz – Rio de Janeiro é um movimento cidadão que nasceu em setembro de 2016, motivado pela atual conjuntura política da Colômbia e representa uma rede de trabalho composta por imigrantes colombianos e colombianas independentes, em parceria com outros coletivos, que visa apoiar e acompanhar, a partir do exterior, tanto a referendação e implementação do acordo pactuado entre o governo nacional e as FARC-EP, quanto os esforços de construção da paz através das organizações e movimentos sociais na Colômbia.
Vítimas do conflito armado, organizações sociais defensoras de direitos humanos, universidades, organismos multilaterais e um grupo de países que garantiram o processo têm acompanhado permanentemente este novo processo de negociação, iniciado em 2012.
O anúncio do acordo final entre as partes envolvidas para encontrar uma solução pacífica e negociada para o conflito armado, que já dura mais de cinquenta anos, foi feito no dia 24 de agosto passado, na cidade de La Habana (Cuba). O conflito colombiano tem deixado mais de 260 mil mortos, sete milhões de pessoas afastadas das suas terras e milhares de vítimas de sequestro, desaparecimento forçado, violência sexual e outras incontáveis tragédias. A assinatura do acordo foi formalizada posteriormente na cidade de Cartagena das Ìndias através de um ato protocolar no dia 26 de setembro. O governo colombiano tinha anunciado que esse novo acordo iria se submeter a uma referendação popular por meio de um plebiscito no dia 2 de outubro. Nesse contexto, o Coletivo somou-se às diferentes iniciativas cidadãs que surgiram na Colômbia e no exterior para apoiar a campanha pelo “SIM” ao acordo de paz. De maneira inesperada a sociedade colombiana, por uma estreita minoria, decidiu não apoiar o pacto entre guerrilha e governo nas urnas, deixando o futuro político do país em uma profunda incerteza.
Essa situação gerou uma nova negociação entre o governo colombiano e as FARC-EP, dessa vez negociando o acordo a partir das críticas da oposição ao acordo de paz. Por fim, um novo acordo de paz foi firmado em 24 de novembro de 2016 e foi referendado pelo Congresso Nacional uma semana depois.
Nesse cenário, o coletivo Colombianxs por la Paz – Rio de Janeiro e o Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS) convocaram a comunidade interessada em uma jornada de diálogo e reflexão. O evento respondeu ao interesse de diversos centros acadêmicos e movimentos sociais em conhecer e acompanhar a conjuntura colombiana relacionada com o acordo de paz, o plebiscito e os desafios no pós-acordo de paz. A partir desse contexto local, o encontro visou estimular a análise e compreensão da questão colombiana como parte de uma conjuntura regional que nos chama a pensar processos e desafios em comum.
*Relato elaborado por Juanita Cuéllar e Catalina León, a partir dos resumos proporcionados pelas(os) expositoras(es) da primeira mesa e se utilizando das anotações registradas por María Camila Pinilla sobre as reflexões da segunda mesa.