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Curso: Intérpretes do Brasil

05/08/2013

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Trata-se de uma disciplina de pós-graduação ministrada simultaneamente nos programas de História da Ciência da Tecnologia e Epistemologia (HCTE) e de Economia da UFRJ.

Para se inscrever basta utilizar o siga (a depender do regime do curso) ou dirigir-se à secretaria de pós-graduação do Instituto de Economia (Av. PAsteur 250, Palácio Universitário, Térreo) e falar com Ana Elisabeth ou à secretaria do HCTE (decania do CCMN na cidade universitária) e falar com Débora, Ricardo ou Regina.

O curso será ministrado às terças-feiras pela manhã (a partir das 9hs) no Instituto de Economia, na Praia Vermelha, a partir de 20 de agosto de 2013.

IEE-801 – Intérpretes do Brasil

Professora: Maria Malta e Aloísio Teixeira (in Memoriam)

Objetivo:

A proposta do curso consiste em permitir aos estudantes da pós-graduação realizar um debate sobre alguns autores que podem ser considerados clássicos, em sua interpretação sobre o país. Embora se constituam em referência obrigatória nos estudos sobre a formação histórica da sociedade brasileira, não encontram espaço na atual estrutura curricular para serem lidos, estudados e compreendidos. Por sua natureza, o curso não comportará uma metodologia pedagógica convencional, sendo organizado em exposições de professores convidados, aulas expositivas e eventuais seminários com participação de alunos. A riqueza dos autores a serem estudados só poderá ser apreendida à medida em que se abram espaços para que os próprios estudantes formem sua opinião autônoma sobre cada um dos autores examinados.

Desenvolvimento do curso:

O papel do professor será o de orientar os debates, fazendo-os preceder de apresentações sobre o marco temporal em que se situaram originalmente e as grandes linhas do pensamento do autor. Caberá aos estudantes organizar e realizar a discussão, sendo para isso divididos em grupos, cada um deles devendo responsabilizando-se por um autor.

Haverá uma bibliografia básica, composta de textos dos autores selecionados, que será de leitura obrigatória para todos. Além desta, haverá uma bibliografia de referência, com os textos mais importantes dos autores, bem como com textos sobre os autores. Essa bibliografia servirá de base para o trabalho dos grupos. O grupo encarregado do seminário deverá apresentar, posteriormente, texto escrito sobre o autor.

A avaliação dos estudantes será feita a partir da participação nos seminários (apresentação e debates) e do texto escrito, referido no parágrafo anterior.

Autores selecionados:

I. JOAQUIM NABUCO (1849-1910):
Político, diplomata e historiador; nascido em Pernambuco, foi jornalista e escritor antes de ingressar na política. Em 1878, foi eleito deputado por sua província natal, passando a defender reformas liberais em questões de natureza religiosa, eleitoral, agrária e trabalhista; a partir de 1879, tornou-se um dos principais líderes da luta pela emancipação dos escravos.
Era, no entanto, monarquista, tendo-se oposto à forma republicana de governo. Entre seus trabalhos publicados, destacam-se, além de seus Discursos Parlamentares, publicados em suas Obras Completas(1879-1889), podem ser destacados: O Abolicionismo (1883); Um Estadista do Império (1897) e Minha Formação (1900).

II. EUCLIDES DA CUNHA (1866-1909):
Jornalista e escritor; nascido na antiga província do Rio de Janeiro, foi influenciado pelo
positivismo, tendo-se tonado desde jovem abolicionista e republicano. Em 1888, foi expulso da escola Militar, mas ela retornou depois da Proclamação da República. Como repórter do jornal O Estado de São Paulo, foi enviado em 1897 ao interior da Bahia para cobrir a rebelião de Canudos; daí resultou Os Sertões, que lhe valeu uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Outras de suas obras foram Contrastes e Confrontos (1907), Peru versus Bolívia (1907) e À
margem da História (1909).

III. OLIVEIRA VIANNA (1883-1951):
Historiador, sociólogo e jurista; nascido no antigo Estado do Rio de Janeiro, foi pioneiro na aplicação de métodos sociológicos ao estudo da formação social brasileira. Suas teses incluíam a defesa do patriarcalismo (valorizando o papel dos grandes latifundiários), do racismo (considerava inferiores tanto negros como indígenas) e do corporativismo e do autoritarismo.
De 1932 a 1940, foi consultor jurídico do Ministério do Trabalho, tendo participado ativamente da formulação da legislação trabalhista, previdenciária e sindical da época. Em sua obra, destacam-se: Populações Meridionais do Brasil (1920); Evolução do Povo Brasileiro (1923); O Ocaso do Império (1925); Raça e Assimilação (1932); < em>Instituições Políticas Brasileiras (1955, póstuma).

IV. GILBERTO FREYRE (1900-1987):
Sociólogo; nascido em Pernambuco, estudou nos Estados Unidos, na Universidade de Baylor e em Colúmbia, onde defendeu tese intitulada Social Life in Brazil in the Middle of 19th Century. Controverso, mas com uma contribuição inegável ao estudo da formação social do país, foi um dos pioneiros do culturalismo no estudo da sociedade brasileira. Defendeu o regionalismo, em oposição às idéias da Semana de Arte Moderna de 1922, que considerava uma importação de manifestações culturais européias. Opôs-se ao racismo, que considerava o mestiço uma forma degenerada e defendeu a tese de que a mistura de raças imprimia força e riqueza cultural ao povo brasileiro. Publicou Casa Grande e Senzala (1933), Sobrados e Mocambos (1936) e Ordem e Progresso (1959), que compõem a trilogia intitulada Introdução à História da Sociedade Patriarcal no Brasil. Combateu o estado Novo e o nazi-fasc ismo, foi eleito para a Assembléia Nacional Constituinte, em 1946; apoiou o golpe militar de 1964 e defendeu o AI-5;
defendeu também o salazarismo e a permanência do domínio português sobre as colônias africanas.

V. SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA (1902-1982):
Sociólogo e historiador; nascido em São Paulo, cursou a Faculdade de Direito no Rio de
Janeiro, onde exerceu a profissão de jornalista. Foi professor da Universidade do Distrito
Federal (1936-1939), experiência pioneira de construção de uma universidade moderna no país, conduzida sob a liderança de Anísio Teixeira e impedida de funcionar pela repressão do Estado Novo. Posteriormente foi professor de História na USP (1958-1969); lecionou também na Universidade de Roma à época em que foi adido cultural em Roma (1954-1955) e estagiou, como professor visitante nas universidades americanas de Yale, Nova Iorque e Indiana.
Embora nunca tenha tido militância política, foi um dos fundadores da Esquerda Democrática (1946), do qual se originou o Partido Socialista, e do Partido dos Trabalhadores (PT). Entre suas principais obras, registram-se: Raízes do Brasil (1936), Primórdios da Expansão Paulista no Fim do Século XVI e Começo do Século XVII (1948), Da Escravidão ao Trabalho Livre Brasil(1948), Da Escravidão ao Trabalho Livre (1948), Visão do Paraíso – Motivos Edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil (1959). Foi diretor e co-autor da História Geral da Civilização Brasileira.

VI. CAIO PRADO JÚNIOR (1907-1990):
Ensaísta e político; nascido em São Paulo, participou desde jovem da vida política do Brasil, tendo sido um dos fundadores do Partido Democrático de São Paulo (1926) e um de seus delegados na convenção da Aliança Liberal (1929) que escolheu Getúlio Vargas como candidato à presidência. Participou da Revolução de 30 e da Aliança Nacional Libertadora, da qual sido o presidente da seção paulista. Depois da rebelião comunista de 1935, esteve preso por dois anos e, quando sobreveio o golpe do Estado Novo, exilou-se no exterior. Em 1947, foi eleito deputado estadual pelo Partido Comunista. Em 1970, teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar. Pioneiro na aplicação do marxismo à interpretação da história brasileira, deixou vasta obra, em que se destacam: Evolução Política do Brasil (1933); Formação do Brasil Contemporâneo (1942); História Econômica do Brasil (1943); A Revolução Brasileira (1966).

VII. FLORESTAN FERNANDES (1920-1995):
Sociólogo e político; nascido em São Paulo, foi professor da USP desde os anos 40. Cassado pelo AI-5, foi professor em universidades americanas e canadenses; em 1986, voltou a lecionar na USP. Foi o mestre de toda uma geração de sociólogos brasileiros, entre os quais se inclui Fernando Henrique Cardoso. Tentou conciliar Marx com Weber e com os funcionalistas, construindo uma obra original e controvertida. Em 1986, elegeu-se deputado federal à Assembléia Constituinte, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Entre seus principais trabalhos publicados, encontram-se: Brancos e Negros em São Paulo, em co-autoria com Roger Bastide (1959); Mudanças Sociais no Brasil (1960); A Integração do Negro na Sociedade de Classes (1964); Capitalismo Dependente e Classes Sociais na América Latina (1973); A Revolução Burguesa no Brasil (1975).

VIII. DARCY RIBEIRO (1922-1997):
Antropólogo, romancista e político; nascido em Minas Gerais, criou o Museu do Índio (1953), foi Ministro da Educação no Governo João Goulart (1961) e Chefe da Casa Civil da Presidência da República (1963-1964); foi o criador da Universidade de Brasília, da qual foi o primeiro reitor (1962-1963). Cassado em 1964, viveu no exílio por mais de dez anos. Depois do fim do regime militar, filiou-se ao PDT, tendo sido eleito vice-governador do Rio de Janeiro na gestão Brizola (1983-1987) e Senador, desde 1990 até sua morte. Como etnólogo do Serviço de Proteção ao Índio (1947), realizou pesquisas de campo entre diversas tribos indígenas brasileiras. Entre suas principais obras, encontram-se: Línguas e Culturas Indígenas do Brasil (1957); A Política Indigenista Brasileira (1962); O Processo Civilizatório (1968); O Povo Brasileiro – A Formação e o Sentido do Brasil (1995).

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