Fórum Justiça

Oficina – Ouvidorias Externas das Defensorias Públicas: Fortalecendo a Participação Popular em Tempos de Crise

14/04/2021
Democratização do Sistema de Justiça

Compartilhe!

No dia 8 de abril foi realizada a Oficina “Ouvidorias Externas das Defensorias Públicas: Fortalecendo a Participação Popular para o Acesso à Justiça em Tempos de Crise”, uma parceria entre o Fórum Justiça (FJ) e o Conselho Nacional de Ouvidorias de Defensorias Públicas.

Os facilitadores da oficina, Willian Fernandes, Ouvidor-Geral da Defensoria Pública de São Paulo e Vinícius Alves, integrante do Fórum Justiça, abriram o debate com o questionamento: “quais são os desafios da Defensoria Pública no contexto da pandemia?”. As reflexões visaram expandir o diálogo e dar voz às lideranças dos movimentos sociais para que pudessem expressar as dificuldades que vêm sendo encontradas pelos grupos sociais no acesso à justiça no cenário atual e assim pensar as respostas que as Ouvidorias Externas e as Defensorias Públicas podem oferecer.

 

Acesse o vídeo aqui

Ademais, o debate levantou reflexões e propostas para a ampliação e melhoria das ouvidorias externas para que possam auxiliar os grupos mais vulneráveis, considerando o aprofundamento das desigualdades ocasionado pela pandemia da Covid-19 e a crise política e econômica, e também como superar esses obstáculos ao nível nacional.

Os representantes das instituições, Florisvaldo Fiorentino (CONDEGE), Rivana Ricarte (ANADEP) e Marcus Edson de Lima (Colégio Nacional de Corregedores de Defensorias Públicas do Brasil), enfatizaram a importância das ouvidorias e defensorias públicas, especialmente durante a pandemia, considerando que os grupos sociais mais vulneráveis têm sentido mais intensamente o impacto da crise. Também foi levantada a importância dessas instituições entenderem o seu significado e o seu papel na atual conjuntura, para Ricarte:

 A Defensoria Pública tem que se reconhecer como local de trincheira e resistência democrática, mas pra isso é preciso fortalecer a participação popular no acesso à justiça […].

Dessa forma, a Presidenta da ANADEP reforçou o papel das ouvidorias como laço institucional de diálogo na luta contra hegemônica e anticolonial. Fortalecendo o argumento, o corregedor-geral de Rondônia,  Marcus Edson, relata que após a instauração da ouvidoria no estado foram nítidos os avanços na região, e fez um apelo para um movimento conjunto em busca da ampliação para demais estados, pois “a ouvidoria é essencial para o fortalecimento da cidadania e uma defensoria pública forte”.

Ademais, também foram apresentados desafios, entre eles a criação de canais de atendimento que respeitem as medidas sanitárias, mas que, ao mesmo tempo, acolham as pessoas da melhor forma possível. Uma opção seria o atendimento remoto, mas é preciso estar atento para que essas ferramentas não se tornem em si meios que fortaleçam a exclusão social, alertou Fiorentino.

Após a exposição das demandas pelas lideranças, a vice presidenta do Conselho Nacional de Ouvidores e ouvidora da Defensoria Pública do Ceará, Antônia Araújo, destacou os quatro temas mais recorrentes e que devem ser tratados com urgência: a vacinação, os despejos durante a pandemia, o aumento da fome no país e o combate ao racismo.

A oficina finalizou com o consenso de que as ouvidorias vêm desempenhando um papel fundamental e que é de extrema importância que sejam implementadas em todos os estados. Outrossim, que as questões trazidas ao longo do debate são extremamente complexas e com raízes históricas, e que, portanto, necessitam de uma abordagem integradora, unindo não só os movimentos sociais e as instituições de justiça, mas também o setor acadêmico.

Acesse aqui a relatoria do evento.

Participantes: 

O evento contou com ampla participação de lideranças das organizações da sociedade civil de diversas regiões do país, sendo representantes:

  • Conselho Consultivo da Ouvidoria, abordando a questão carcerária;
  • Liga Brasileira de Lésbicas;
  • Comissão Justiça e Paz CNBB Norte 2, trazendo a pauta das crianças e dos adolescentes;
  • Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação Popular do Acre (CDDHEP);
  • Rede Primeira Infância do Piauí;
  • Conselho Estadual dos Direitos da Mulher da Paraíba;
  • Coletivo Eu Sou Eu – A Ferrugem e Niyara Espaço de Acolhimento e Aprendizagem, representando a questão do atendimento às pessoas privadas de liberdade, as comunidades periféricas e o racismo no Rio de Janeiro;
  • Povo Indigena Karipuna, representando a pauta dos direitos dos povos indígenas;
  • Comissão Pastoral da Terra de Rondônia, representando as demandas dos trabalhadores da terra na região Amazônica;
  • Mulheres de Axé do Brasil – Núcleo Maranhão,  Ilê Ashé Ogum Sogbô e Federação dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Maranhão(FAFERMA), representando a pauta dos povos de terreiro e comunidades quilombolas do Maranhão;
  • União de Negros pela Igualdade (UNEGRO);
  • Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP e Articulação das Pastorais Sociais, CEBs e Organismos;
  • Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura;
  • Associação de Espinha Bífida do Mato Grosso, representando as demandas das pessoas com deficiência.

Também estavam presentes ouvidores e representantes da Associação Nacional de Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), do Colégio de Defensores Públicos Gerais e do Colégio Nacional de Corregedores de Defensorias Públicas do Brasil.

 

Download WordPress Themes Free
Free Download WordPress Themes
Free Download WordPress Themes
Premium WordPress Themes Download
free download udemy course
download mobile firmware
Download WordPress Themes
udemy paid course free download