Fórum Justiça

[Pessoas Privadas de Liberdade] Juiz usa videoconferência para deixar presos informados

21/11/2011

Compartilhe!

17 de novembro de 2011
Fonte: http://www.conjur.com.br/2011-nov-17/juiz-usa-videoconferencia-informar-presos-processo
Quem cumpre pena nos presídios de Guarulhos, às sextas-feiras, pode encontrar o juiz Jayme Garcia dos Santos Junior, da Vara de Execuções Criminais. Por videoconferência, ele costuma entrevistar os presos sobre o andamento de suas execuções penais. Semanalmente, de 25 a 30 presos, além de receber informações dos seus processos ainda podem fazer perguntas ao juiz.

A ideia surgiu da percepção, durante visitas feitas pelo juiz nos presídios, de que uma das maiores fontes de angústia, ponto de aflição do sentenciado é a falta de informação sobre o andamento de sua execução. Nessas visitas aos presídios, de acordo com o juiz, o tempo é curto e só era possível para conversar com cinco ou seis presos, pois tinha que vistoriar dependências, orientar diretores e esclarecer dúvidas. “Às vezes, o sentenciado já tem o lapso para algum benefício e ainda não foi feito. Verificada a situação, determino na hora que os documentos necessários sejam entregues para a apreciação do pedido do benefício, o que agiliza bastante o processo”, afirma.

A ação não para aí. Na semana seguinte, o advogado da Funap (Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel) leva o pedido para ser despachado pelo juiz. Durante a videoconferência, quando o preso tem advogado constituído, o juiz o informa sobre o prazo de benefício e o orienta para que na próxima visita de familiares avise o advogado para entrar com o pedido na Vara de Execuções Criminais.

O projeto-piloto foi iniciado com sentenciados do regime fechado do presídio Adriano Marrey, mas em decorrência do mutirão carcerário os processos vieram para São Paulo e as videoconferências foram interrompidas. Por isso, hoje estão sendo feitas com os detentos do regime semiaberto. Segundo Jayme Garcia, a ideia é expandir a quantidade de audiências para três a quatro vezes por semana. “Em aproximadamente uma hora consigo passar informações para 25 a 30 presos, relatando os principais incidentes no seu processo de execução.”

A pretensão do aumento de dias de audiência deriva da informação dos diretores das unidades prisionais de que a novidade mudou a rotina do estabelecimento carcerário. “O preso sabe que terá a oportunidade de conversar diretamente com o juiz sobre o seu processo. Obtendo informações contribui para diminuir suas angustias.” Às segundas-feiras, o presídio envia a relação dos sentenciados para serem ouvidos na semana. Para não favorecer ninguém, o critério de seleção é pela antiguidade, ou seja, pela data de entrada no presídio atual.

Os funcionários do cartório preparam o processo para audiência. É feito um resumo do andamento processual que é passado na audiência para cada entrevistado. “Se não fosse a ajuda da dona Shirley Nascimento e dos demais funcionários do cartório da Vara das Execuções Criminais eu não conseguiria executar esse projeto, enalteceu o magistrado. Resolvi utilizar esse aparato que o Tribunal de Justiça nos disponibilizou. Tenho apoio dos diretores dos estabelecimentos carcerários. O presídio Parada Neto não tem sala de videoconferência; sabendo da importância da entrevista, o diretor leva os presos ao Adriano Marrey. Inclusive já foi solicitada à Secretaria de Administração Penitenciária a instalação do equipamento”, disse o juiz.

As entrevistas acontecem da seguinte forma: o sentenciado entra, senta-se em uma cadeira onde já estão sentados um advogado da Funap e o diretor do Centro de Integração e Movimentação Carcerária. O juiz cumprimenta a todos e inicia a conversa sobre o processo. Na sala de videoconferência há dois monitores de TV, um com a imagem do juiz e outro o da sala do presídio. Muitos sentenciados já recebem ali mesmo a notícia do seu beneficio como o de livramento condicional.

O diretor do Centro de Integração e Movimentação Carcerária, Celso Ikier, salientou a importância da iniciativa e afirmou que os presos estão gostando muito. Eles estão mais conscientes. O comportamento mudou muito após a implantação do projeto. Para o advogado da Funap, Rubens Guimarães Júnior, o mais importante da iniciativa é a expectativa criada para o sentenciado, que se dedica mais para obter benefícios. A videoconferência é a aproximação do juiz com a comunidade carcerária. Essa postura do magistrado faz a diferença. É um dos melhores projetos que já vi nos meus 17 anos de Funap, declara Guimarães Jr. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SP.

Revista Consultor Jurídico, 17 de novembro de 2011.

Free Download WordPress Themes
Free Download WordPress Themes
Download WordPress Themes
Download Premium WordPress Themes Free
udemy course download free
download mobile firmware
Premium WordPress Themes Download
udemy paid course free download