Seminário Fazendo Gênero discutiu Loucura, Crime e Gênero no Encarceramento Feminino
Durante os dias 30 de julho de 2017 a 04 de agosto de 2017, em Florianópolis – Brasil, teve lugar a 11ª edição do Seminário Fazendo Gênero, que reuniu mais de 8000 participantes, em sua imensa maioria: mulheres do mundo inteiro. A troca de idéias e o intercâmbio cultural foram riquíssimos. A possibilidade de aprofundar discussões sobre o tema da democratização do sistema de justiça e, especialmente, sobre a Defensoria Pública se deu, mais especificamente, no Simpósio Temático 050: Gênero e sistema prisional: os direitos humanos das mulheres em perspectiva, no qual o Fórum Justiça participou por meio da atuação da defensora pública Patrícia Magno. Patrícia – enquanto integrante do Fórum Justiça e doutoranda em Direitos Humanos pela UFRJ – teve seu trabalho admitido para discussão.
O trabalho intitulado “Loucura, Crime e Gênero no Encarceramento Feminino: o papel das Defensorias Públicas” teve espaço no ST coordenado pelas professoras Elaine Cristina Pimentel Costa (Universidade Federal de Alagoas) e Soraia da Rosa Mendes (Centro Universitário de Brasília – UniCeub), que perdurou por duas manhãs inteiras e buscava refletir, numa perspectiva trans e interdisciplinar, sobre o encontro entre loucura, crime e gênero que, por si só consiste em estratégia de desinvisibilização e de identificação de quais atuações emancipatórias e democratizantes podem/devem ser adotadas para ressignificar a luta antimanicomial em prol da mulher internada. Arrisca-se, portanto, a construção de uma “práxis” defensorial pensada a partir da atuação da pesquisadora enquanto Defensora Pública.
Quando crime e loucura se atravessam no encarceramento feminino, potencializam-se os fatores de vulnerabilidade e aprofunda-se a situação de exclusão social na qual as mulheres privadas de liberdade em manicômios judiciários estão mergulhadas, em um ciclo retroalimentado de reafirmação de estereótipos e da subordinação em razão do gênero, muitas vezes produzido e alimentado pelo próprio sistema de justiça.
Inteiro teor do trabalho apresentado consta dos Anais do Seminário e pode ser acessado clicando aqui.